domingo, 18 de julho de 2010

José Serra interfere em pauta jornalística

                                                            Foto: Hálice Freitas

Muito estranho a atitude do candidato Serra 
Os jornalistas foram surpreendidos no dia 9 de julho com a notícia, veiculada na internet, sobre a demissão de dois jornalistas da TV Cultura. A dispensa teria ocorrido por pressão do candidato à presidente pelo PSDB, José Serra. O ex-governador de São Paulo não gostou da pergunta feita por Heródoto Barbeiro, no programa "Roda Viva", sobre os altos preços cobrados nos pedágios do Estado e de matéria sobre o mesmo assunto, produzida sob direção jornalística de Gabriel Priolli. As tarifas do pedágio são tidas, por muitos analistas políticos, como um dos pontos "sensíveis" da candidatura Serra.

Sobre a intervenção no departamento de jornalismo, a TV Cultura informou que a matéria foi veiculada na sexta-feira, que o jornalista Gabriel Priolli, oficialmente, nunca exerceu o cargo de diretor de Jornalismo e que assumirá a função de assessor na vice-presidência. Quanto ao "Roda Viva", apresentado por Barbeiro, que se encontra em férias, apenas houve troca no comando do programa, que passa a ser apresentado por Marília Gabriela, conforme divulgado pela própria empresa.

Esclarecidos os detalhes da trama (se é que o fato foi realmente esclarecido), resta a grande dúvida sobre o verdadeiro papel representado pelo candidato tucano neste episódio. Admitir a possibilidade de ingerência político partidária sobre uma pauta jornalística significa jogar na lata do lixo a ética, a independência e a razão primeira do fazer jornalístico: a busca da verdade.

Infelizmente o jornalismo na TV Cultura vem, ao longo dos últimos anos, perdendo espaço na programação. Profissionais contratados deixam a emissora e são substituídos, na maioria dos casos, por "PJs". Salários são aviltados, chegando ao cúmulo da diretoria atual recusar-se a obedecer as Convenções Coletivas, obrigando os Sindicatos dos Jornalistas e Radialistas a recorrerem à Justiça para garantir os direitos dos trabalhadores.

É inadmissível que o governo do Estado trate com tamanho descaso a TV Cultura, patrimônio do povo paulista, mantida com recursos públicos. É necessário, neste momento, um grande movimento popular para garantir o caráter público e a independência da emissora".
Fonte: FENAJ

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