sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A VIDA NOS MUNDOS INVISÍVEIS -BLOCO III


VII.  A Música

Sendo a música um elemento vital no mundo do espírito, não é de surpreender que um edifício imponente fosse devo­tado à prática, ao ensino e ao incentivo de toda espécie de música. Assim era o departamento a que Edwin nos conduziu a seguir.
Na terra, nunca me considerei um musicista, num sentido ativo, mas apreciava essa arte, sem entretanto a compreender bem.   Ouvi música vocal esplêndida durante breves estadas em diferentes catedrais metropolitanas, e tinha escassa expe­riência de música orquestral.    Muito do que ouvi nesse departamento da música era novo para mim, e outro tanto, era muito técnico.   Desde então aumentei consideravelmente os meus pequenos  conhecimentos,  porque  descobri  que quanto maior o conhecimento da música, mais êle me ajudava a compreender fatos da vida aqui, onde a música exerce papel tão importante.    Não digo que todas as criaturas espirituais devam tornar-se musicistas para compreenderem a existência; essa imposição não estaria de acordo com as leis naturais daqui. Mas a maioria dos indivíduos tem algum inato instinto musical e encorajando-o serão  mais felizes aqui.   É isso, efetivamente o que eu fiz.   Rute já possuía certo treino musical, e sentia-se por isso mais à vontade neste grande colégio.

O templo da música seguia o mesmo amplo sistema dos outros. A biblioteca continha obras referentes à música bem como grande quantidade de músicas escritas na terra dos outros. A biblioteca continha obras referentes à música, por compositores agora no plano espiritual, ou por outros ainda sobre a terra. O que é chamado obras-primas estava bem representado naquelas prateleiras, e é interessante ob­servar que não havia uma sequer que não tivesse sido alterada pelo autor ao se tornar espírito. As razões desses melhoramentos, explicarei depois. A biblioteca fornece a his­tória completa da música, desde os tempos mais remotos; e os que sabem ler música não necessariamente executando-a, mas que estão familiarizados com as notas impressas podem ver os grandes impulsos que a arte sofreu durante a passagem dos anos.
O progresso foi na verdade lento, como em outras artes, e formas excêntricas de expressão muitas vezes obstruíram o seu caminho. É escusado dizer que esses problemas não existem para o compositor em espírito, que vai modificar a sua obra.
Ainda na biblioteca havia livros e obras musicais que há muito desapareceram da terra, ou então que são raros e fora do alcance popular. O colecionador musical aqui achará todas aquelas por que suspirava na terra, e lhe haviam sido negada; aqui poderá consultar livremente obras que, devido à sua preciosidade, nunca lhe fora possível obter na terra. Muitos compartimentos são reservados para estudantes de música, em todos os seus ramos, da teoria até a prática, sob a orientação de mestres cujos nomes são conhecidos em todo o mundo.
Pensarão alguns que tais pessoas famosas nunca dedi­cariam o seu tempo ao ensino da música para simples princi­piantes. Deve-se lembrar que, como os pintores, os músicos têm uma avaliação diferente para os frutos de seus cé­rebros, depois que aqui chegam. Como todos os demais, começam a ver as coisas tais como são inclusive suas com­posições. Descobrem também que a música do mundo espi-

ritual é muito diferente, em efeitos exteriores, da música rea­lizada na terra.    Daí descobrirem  que seu conhecimento musical deve passar por mudanças radicais antes que eles pos­sam se expressar musicalmente. Na música, pode-se dizer que o mundo espiritual começa onde o terreno acaba.   leis musicais aqui que não têm aplicação na terra, porque a música não está suficientemente adiantada, porque o mundo espiritual é do espírito, enquanto que o mundo terreno é da matéria.   Ê duvidoso que o plano terrestre se torne um dia etéreo bastante para poder ouvir muitas das formas musicais destes reinos mais elevados.   Tentaram-se inovações, como me foi explicado, mas o resultado além de bárbaro é infantil. Os ouvidos terrenos não estão afinados para a música, que é essencialmente dos reinos espirituais.  Por um estranho acaso, os terrestres têm tentado produzir esse tipo de música espi­ritual, mas nunca conseguirão, até que os tímpanos dos ainda encarnados sofram uma alteração fundamental.
Os inúmeros tipos de instrumentos musicais tão fami­liares à gente da terra, existem no colégio da música, onde os estudantes podem aprender a executá-los.   E aqui tam­bém, em que a destreza manual é tão essencial, a tarefa de ganhar proficiência não é nem árdua nem cansativa, e é muito mais rápida do que na terra.   Ao adquirir o domínio do instrumento, o estudante pode reunir-se a uma das inúmeras orquestras existentes aqui, ou pode limitar as suas audições ao círculo de amigos. Não se deve estranhar que os estudantes prefiram a primeira alternativa, visto que podem produzir, em colaboração com os colegas musicistas, o tangível efeito da música em grande escala, quando então muito mais pessoas podem usufruir desses, efeitos. Ficamos novamente interessados nos muitos instrumentos que não têm similares no mundo. São, na maioria especialmente adaptados às formas musicais ex­clusivas daqui, e são por esse motivo, muito mais complicados. Tais instrumentos são executados somente em conjunto com outros de sua categoria, e todos eles se destinam, assim, a uma forma especial de música.   Para a música costumeira da terra, são suficientes os instrumentos comuns.

Era natural que esse departamento tivesse um salão de concertos. Era imenso, capaz de acomodar confortàvelmente muitos milhares de espíritos. De forma circular, constituía-se de poltronas que saíam do solo em fileiras perfeitas. Não existe, é claro, real necessidade de tal salão ser coberto, mas algumas práticas simplesmente seguem outras, nestes reinos — como é o caso das nossas residências, por exemplo. Não as necessitamos, na verdade, mas nos acostumamos a elas na terra, e é natural que continuemos a tê-las aqui.
Já observamos que o templo da música estava em terrenos muito mais extensos que os outros já vistos, e a razão nos foi explicada. Na parte posterior do prédio estava o grande centro de concertos, que consistia num vasto anfiteatro, tal uma grande concha enterrada abaixo do nível do chão, mas era tão grande que sua profundidade era imperceptível. Os lugares mais distantes dos executantes estavam exatamente no nível da rua. Imediatamente atrás desses lugares circunda­vam-nos amontoados de flores das mais lindas tonalidades, com um espaçoso gramado mais além, enquanto que a área externa do templo da música, ao ar livre, era cercada de árvores magníficas e graciosas. Apesar dos assentos se distri­buírem num vasto espaço, não se tinha a impressão de estar muito longe dos executantes, mesmo nos lugares mais dis-tantes. Deve ser lembrado que aqui nossa visão não é tão restrita como na terra.
Edwin sugeriu-nos que ouvíssemos um concerto dos es­píritos, e fêz-nos então uma estranha proposta: que não tomássemos lugares no anfiteatro mas sim, a uma certa dis­tância dele. A explicação disso viria assim que o concerto começasse. Como deveria haver um concerto dentro em pouco, seguimos sua misteriosa sugestão, e sentamo-nos na grama, a considerável distância do anfiteatro. Indaguei com os meus botões se poderíamos ouvir de tão longe, e nosso amigo assegurou-nos que sim. E de fato, fomos logo cercados de outras pessoas, que sem dúvida, tinham vindo para o mesmo fim. O lugar que estivera vazio quando Edwin nos trouxe, estava agora repleto de gente, passeando ou sentada confortàvelmente na grama. Era um lugar delicioso, cheio de árvores e flores, e além disso tínhamos pessoas agradáveis à nossa volta, e eu nunca senti tanto e tão intenso prazer como naquele momento. Estava em perfeita saúde e perfeita feli­cidade, ao lado de dois companheiros dos mais agradáveis, livre das restrições impostas pelo tempo e clima, ou de qual­quer das outras limitações comuns à vida terrestre.
Edwin nos pedia que caminhássemos até o anfiteatro novamente, e observássemos os assentos. Qual não foi o nosso espanto ao ver a imensa sala completamente lotada, quando, alguns minutos antes nem uma só pessoa havia. Os músicos em seus postos esperavam a entrada do regente, e era óbvio que o concerto estava prestes a começar. Voltamos para perto de Edwin e em resposta à nossa indagação de como o auditório se enchera tão rapidamente, êle nos relembrou o método de reunir as congregações da igreja que visitamos no começo.- No caso do concerto, os organizadores precisa­vam apenas enviar seus pensamentos ao povo em geral, especialmente interessado nessas execuções, e êle logo se reunia. Assim que Rute e eu mostrássemos interesse pelos concertos, um elo se estabeleceria e sentiríamos aqueles pensa­mentos nos atingirem, assim que fossem emitidos.
Não podíamos, é claro, ver os executantes de onde está­vamos colocados, e por isso, quando se fez um grande si­lêncio, ficamos sabendo que o concerto ia começar. A orquestra era composta de uns duzentos músicos que tocavam instrumentos bem conhecidos na terra, por isso consegui apre­ciar o que ouvia. Assim que a música começou, pude notar uma acentuada diferença da que eu me acostumara ouvir na terra. Os sons eram iguais aos antigos, mas a qualidade do som era imensamente mais pura, o equilíbrio e a harmonia perfeitos. A obra executada era bem extensa e fui informado que seria tocada sem interrupção.
O movimento de abertura era de natureza suave, quanto ao volume de som, e notamos que no instante em que a música começou, pareceu erguer-se na direção da orquestra uma luz brilhante, que flutuou, como  uma  superfície  plana, ao nível do lugares mais altos, onde permaneceu, como uma cobertura iridescente do anfiteatro. Ao prosseguir a música, esse amplo lençol de luz aumentou em brilho e densidade, formando como que uma firme base, para o que devia acon­tecer a seguir.   Tão atento estava eu nessa extraordinária formação que mal posso dizer como era a música.   Estava cônscio de seu som, mas isso era tudo.   Daí a pouco, a espaços iguais, ao redor da circunferência do teatro, quatro jatos de luz subiram até os céus em longos raios delgados de luminosidade.  Permaneceram imóveis por um instante e depois desceram vagarosamente, aumentando de espessura à medida que desciam, até que assumiram a aparência de quatro torres circulares, cada uma terminada em cúpula, de proporções perfeitas.   Nesse meio tempo, a área central de luz tinha se tornado mais espessa ainda e estava começando a erguer-se vagarosamente no formato de um dossel imenso, cobrindo o teatro todo.   Continuou a subir até que parecia mais alta que as quatro torres. Podia agora compreender por que Edwin sugerira que nos sentássemos fora do teatro; pude ver também por que os compositores se sentem impelidos a alterar suas obras terrenas depois que passam a espíritos. Os sons musicais emitidos pela orquestra estavam criando sobre suas cabeças esta imensa forma de pensamento, e a forma e perfeição da cúpula dependiam inteiramente da pureza dos sons musicais, da pureza da harmonia e da liber­tação de qualquer dissonância.  A forma da música deve ser pura para produzir uma forma pura.
A esta altura a grande forma musical tinha assumido o que parecia seu limite de altura, e ficou estacionaria e firme. A música ainda era ouvida, e de acordo com ela, a cúpula mudava ora para um tom, ora para outro, e muitas vezes para uma delicada mistura de cores, segundo o tema ou o movimento da música.
|S É difícil dar uma idéia adequada da beleza desta mara-    vilhosa estrutura musical.    Sendo o anfiteatro construído abaixo da superfície da terra, nada era visível para o

auditório, nem os executantes, nem o próprio edifício, e a
cúpula
de luz e côr parecia pousar no mesmo solo firme em
que
nos achávamos.                     ,
Isto tomou pouco tempo para se descrever, mas a for­mação musical levou tanto tempo para formar-se quanto um concerto inteiro na terra. Ao contrário da terra, onde a música pode apenas ser ouvida, nós a tínhamos visto, e estávamos inspirados não pela execução orquestral, mas pela beleza da imensa forma criada pela influência espiritual sobre aqueles que a presenciaram; podíamos senti-la, apesar de estarmos fora do teatro. O auditório dentro estava gozando de seu esplendor e ainda do maior benefício dos seus raios purificadores. Na próxima vez tomaríamos lugar no imenso auditório.
A música chegou ao seu finale. As cores irisadas conti­nuavam a entrelaçar-se. Ficamos imaginando quanto tempo duraria essa estrutura musical, e nos disseram que se desva­neceria mais ou menos com a mesma rapidez do arco-íris — em alguns minutos. Tínhamos ouvido uma composição ex­tensa, mas se várias peças curtas fossem executadas, o efeito e a duração seriam os mesmos, embora as formas variassem de aspecto e tamanho. Fosse a forma de maior duração, uma nova forma se chocaria com a última, e o resultado seria para os olhos o mesmo que duas peças musicais diferentes e separadas seriam para os ouvidos.
O músico hábil pode planejar suas composições conhe­cendo as formas que os vários sons melódicos e harmoniosos irão produzir. Na verdade, êle pode construir magníficos edifícios sobre o seu manuscrito musical, sabendo exatamente qual seria o resultado, quando a música fosse executada ou cantada. Por meio de cuidadoso ajustamento de seus temas e harmonias, êle pode construir uma forma tão imponente quanto uma catedral gótica. Isto é um delicioso aspecto da arte musical no espírito, e é considerada como arquitetura musical. O estudante estuda música não acústieamente, mas aprenderá a fazê-lo arquiteturalmente, e esta é uma das facetas mais absorventes dos estudos.

O que tínhamos testemunhado fora produzido numa escala de determinada magnitude; o instrumentista individual ou o cantor pode obter, em escala menor, suas próprias forma­ções musicais. Na verdade, seria impossível emitir qualquer forma de som musical sem a formação dessa arquitetura. Pode não tomar uma forma definida como a que víramos, pois isso requer mais experiência.
Não se deve imaginar entretanto, que com todas essas galáxias de côr haja continuamente um pandemônio de mú­sica no mundo espiritual. Os olhos não se cansam com a ri­queza de cores, logo por que se cansariam os ouvidos, por causa dos doces sons que as cores emitem? A resposta é negativa, porque os sons estão em completo acordo com as cores e a exata combinação de ambos é uma perfeita harmonia.
Harmonia é a lei fundamental aqui. Não pode haver conflito. Não digo que haja um estado de perfeição, que só existe nos reinos superiores. Se nós como indivíduos nos tornássemos mais perfeitos do que o reino em que vivemos, então, ipso facto, nos tornaríamos dignos de passar a um plano mais elevado. Mas enquanto estamos onde estamos, neste reino ou num mais elevado, vivemos num estado de perfeição de acordo com os limites desse plano.
Demorei-me mais nas nossas experiências musicais, por causa da alta posição da música em nossa vida no reino atual. A atitude de muita gente quanto à música na terra, sofre uma grande transformação quando chegam ao espírito. A música é considerada por muitos na terra, como um mero divertimento agradável, um agradável complemento, mas, de forma nenhuma, uma necessidade. Aqui, ela é parte de nossa vida, não porque a façamos assim, mas porque é parte da existência naturalmente, como as flores, as árvores, a grama e a água, as colinas e os vales. É um elemento da natureza espiritual. Sem ela, grande parte da alegria seria roubada de nossa vida. Não é preciso tornarmo-nos mestres em música para apreciar a riqueza de sons e o maravilhoso colorido que nos rodeiam.

Que choque para muita gente ao chegar aqui! E quão
imensamente aliviados e contentes ficam, ao descobrir como aqui é agradável, que não é um lugar assustador, que não é um imenso templo de religião de hinos, e que podem se sentir em casa, na nova habitação. Quando tomam conheci­mento disso, muito se lembram de ter visto, uma vez ou outra, descrições sobre esta vida, mas como sendo material. E que alegria quando descobrem que ela é realmente assim! que aqui nada é etéreo e imaterial! Os músicos que ouvimos tocavam instrumentos reais e sólidos e música verdadeira. O regente era uma pessoa bem real, conduzindo a sua orquestra com uma batuta bem material! Mas a bela formação do pensamento musical não era tão material quanto suas adja­cências ou os meios de a criar, assim como o arco-íris não é tão material quanto a umidade e o sol que o produzem.
Correndo o risco de me tornar enfadonho, voltei uma vez mais a esta estranha ilusão de que o mundo em que estamos vivendo agora é vago e sombrio. É esquisito que alguns tentem sempre banir do mundo do espírito cada árvore e cada flor, e os outros mil e um encantos. Há algo de conven­cimento nisto — fazer coisas exclusivas do mundo terreno. Ao mesmo tempo, se alguém pensa que tais coisas não devam, existir no mundo espiritual, então está livre para se abster de tais gozos, indo para algum lugar árido, onde suas suscetibi-lidades não sejam ofendidas por objetos tão terra-a-terra como árvores, flores (e até seres humanos, e lá ele pode entregar-se ao estado beatífico de contemplação, rodeado pelo nada, que êle supõe ser próprio do céu. Ninguém aqui é forçado a tarefas em ambiente que considere desagradável. Há um defeito — entre outros — que a Terra possui: o julgar-se superior a qualquer outro mundo, especialmente o mundo espiritual. Podemos nos rir agora, embora a nossa alegria se transforme em tristeza quando presenciamos a aflição das almas que aqui chegam, e compreendem que final­mente enfrentam a verdade eterna, sem possibilidade de pergunta ou dúvida.   É então que a humildade se faz pre­sente! mas nunca censuramos, pois cada alma já traz dentro de si a própria censura.
E o que tem isto a ver, direis, com as nossas experiências musicais? Apenas o seguinte: que após cada uma delas eu tive os mesmos pensamentos, e quase as mesmas palavras foram usadas para comentá-los com Rute e Edwin. Rute sempre fez eco às minhas idéias, e Edwin sempre concordava comigo, apesar de nada mais ser novidade para êle; e ainda assim, maravilhava-se com tudo aqui, como todos fazemos, sejam recém-chegados apenas, ou já antigos habitantes.
Ao caminharmos, depois do concerto, Edwin nos apontou as moradias de muitos professores, que preferiam viver perto de seus lugares de trabalho. Eram na maioria casas despre­tensiosas e, de certa forma, era fácil adivinhar a ocupação dos moradores, por causa de vários sinais externos evidentes.
Edwin nos disse que seríamos sempre bem-vindos se desejássemos visitar os mestres. A exclusividade que neces­sariamente rodeia tais pessoas na terra desaparece quando se tornam espíritos. Todos os valores são drasticamente alte­rados a esse respeito. Os mestres não cessam seus estudos só porque estão lecionando. Estão sempre investigando e aprendendo, e transmitindo aos alunos o que assimilaram. Alguns já passaram a reinos superiores, mas ainda retêm seu interesse na esfera anterior, e visitam-na continuadamente — e a seus amigos — para prosseguirem seu ensino.
Mas já gastamos muito tempo neste assunto e Edwin está esperando para levar-nos a outros lugares de importância na cidade.

Continua Bloco IV -  Planos Para Trabalhos Futuros




Nenhum comentário: