sábado, 8 de agosto de 2015

“ENQUANTO A POESIA FOR UM DESACATO, DESACATAREI - SOU POETA!

Enquanto poeta, jornalista especializado, filósofo, músico, ator, espírita, denuncio o absurdo do estado baiano com a ação  truculenta de seus  servidores  despreparados, ressuscitando atos da ditadura passada enquanto o  mundo moderno repugna tal ação desumana. Como nosso estado é despreparado! Só almeja dinheiro e poder. Mas quando o Pai decidir dar  um basta, seremos o nada diante das bilhões de Galáxias o qual nosso plantinha é um grão de arei  perdido no universo, ainda achamos que o universo só foi feito para nós, tão longe da evolução. Na Bahia é desacato ser intelectual, a nãos ser o intelectual ladrão que assalta o dinheiro público. Podem me algemar se quiserem porque o meu espírito continuará livre.


“ENQUANTO A POESIA FOR UM DESACATO, DESACATAREI - SOU POETA!
Denúncia do poeta Vinicius Brasilino

“Hoje (02/08) por volta da 4h da manhã, na praia do Porto da Barra, sofremos mais uma ação de truculência da PM-BA. Estavamos em um lual, mais de 200 jovens cantando, fazendo rimas e recitando poesias quando em um determinado momento avistamos os policiais abordando aqueles que ali estavam, abordando leia-se: dando pancadas de cacetetes, chutes, derrubando as poucas barracas que estavam lá.
Eram 4 policiais armados para 200 jovens, quando eles detiveram o primeiro jovem fomos questionar a atitude dos respectivos homens da lei, questionar a forma equivocada e violenta de abordagem, pois eles sequer solicitaram nossa documentação na abordagem.
Eles então, com todo o tipo de despreparo solicitaram pra afastar-me da viatura, deram uma porrada no peito e me empurraram, após este ato, eu olhando nos olhos deles falei: "vocês estao me violentando". Repeti por três vezes e um deles então rebateu "Vocé é intelectual".
Eu no mesmo momento recitei o poema que estavamos recitando antes da ação, neste instante um dos soldados colocou a algemas em meus braços, dando-me ordem de prisão por DESACATO.
Solicitei aqueles senhores (assim que tratei a todo momento) que apontassem onde estava o desacato ou o desrespeito proferido contra eles e um deles novamente respondeu " você é intelectual, por isso vai detido".
A truculência não acabou por ai, me colocaram no camburão, com mais 5 jovens e ainda adicionaram spray de pimenta.
Pararam em um Departamento Policial na Barra e depois ficaram dando voltas na cidade até chegar na Central de Flagrantes do Iguatemi.
Ainda algemado solicitei que retirassem as algemas pois estas estavam me machucando, um deles disse que deixou a chave na outra guarnição.
Dentro da delegacia nao acabou as ameaças, mas mesmo assim a todo o momento questionei e solicitei que apresentassem ao delegado qual o desacato proferido.
Quando o Delegado apareceu, solicitou que eu declamasse o poema e perguntando se éramos artistas de rua, rindo conosco da bizarrice que ele tinha se deparado naquela ação policial.
Depois de meia hora na delegacia convenci o escrivão de livrar-me das algemas, aproveitei e recitei pra ele também.
Enquanto isso mais dois jovens também foram detidos por filmar ação, estes além do crime de desacato tiveram o celular formatado para que não houvesse provas contra a PM. A dona do celular, uma jovem negra, pedagoga, foi xingada varias vezes de "piranha e vagabunda".
Tentaram nos intimidar por todo instante na delegacia da policia civil, mas por hora nenhuma abaixamos a cabeça e demosntramos medo, a nossa reação foi justamente pra mostra que eles estiveram a todo o momento errados.
No BO eles relataram que o lual estava regado a drogas, para querer ter respaldo, mas não havia consumo de drogas ilícitas e nem eles apresetaram na delegacia as respectivas drogas.
Tentaram nos amedrontar, nos intimidar e nos constranger como fazem com a maioria da juventude Salvador a fora.
Por fim esqueci de dizer, entrei no camburão algemado e recitando, resistindo e reagindo. E enquanto minha poesia for desacato continuarei desacatando.

Vou deixar aqui a poesia para que reflitam

MELODRAMA

O braço não é mais do lasso
É o passo
O piso e o risco
E o passo não é mais preto
É falso
Mas não sou eu?

Em cada canto
O desencanto
O sustento e o medo
É que te torna cada vez mais hipocondríaco
Veja!

A rua não é mais sua
É do vento
É do tempo
É de quem quer que seja
Veja

O braço
O passo
O canto e a rua

Fique atento
Fique na sua
Pois tudo pode mudar!

Não queres falar?
Não fale
Não queres gritar?
Não grite
Mas preste a atenção e tome muito cuidado
QUERER É PODER
E só vc pode.

Olhar bem o corpo e o copo
Olhar o lodo e a lama
Sentir o Amor e o ódio
Sentir a frieza e o drama

Só vc pode...
O corpo e ocopo
O lodo e a lama
O amor e o odio
A frieza e o drama”.


10/08/2010 - Vinicius Brasilino.

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