quarta-feira, 5 de outubro de 2016

EL PAÍS: As campanhas espartanas que beneficiaram os candidatos ricos

                                                                  Divugação: Google - Favela da Maré
Sem entrar no mérito das discussões políticas, a campanha das eleições municipais de 2016, até o momento, pode ser sintetizada da seguinte maneira: 1) foi uma das mais baratas das últimas décadas, tendo custado 60% a menos que a de 2012, depois que o financiamento privado foi proibido. 2) Candidatos mais ricos estão entre os mais beneficiados pela proibição do financiamento empresarial – 23 milionários já foram eleitos no primeiro turno nas 92 maiores cidades brasileiras. 3) foi a mais violenta desde a redemocratização do país, com 28 homicídios de candidatos e pré-candidatos registrados; 4) Quase um terço das doações eleitorais feitas até agora tiveram alguma irregularidade, entre os doadores estão beneficiários do programa Bolsa Família e mortos.

Com o seu tempo reduzido pela metade, aliado à proibição de financiamento por meio de empresas (pessoas jurídicas), a propaganda eleitoral foi a mais barata registrada até agora. Os dados parciais do Tribunal Superior Eleitoral demonstram que os candidatos a prefeito e vereador nas 5.568 cidades movimentaram cerca de 2,3 bilhões de reais. No pleito de 2012, foram 6,2 bilhões de reais em 90 dias de campanha. A expectativa é que os gastos cresçam até 30 de outubro nos 55 municípios onde haverá segundo turno, mas ainda assim ficarão distantes do valor registrado quatro anos atrás. 


A partir do momento em que os doadores forneceram menos recursos, dois fenômenos foram notados. O primeiro foi na eleição de candidatos milionários capazes de financiar suas próprias campanhas. Os casos mais expressivos até agora foram dos prefeitos eleitos de Betim, Vittório Medioli (PHS), e de São Paulo, João Doria (PSDB). Medioli gastou 3,9 milhões de reais do próprio bolso para se eleger, enquanto Doria usou 2,9 milhões de reais, o equivalente a 40% do que ele arrecadou.

Dos 37 eleitos nesta primeira etapa nas 92 maiores cidades brasileiras, 23 são milionários – possuem mais de 1 milhão de reais em bens e recursos, segundo informaram ao Tribunal Superior Eleitoral. Este levantamento, feito pelo portal de notícias G1, revelou que a quantidade de prefeitos ricos pode chegar a 53. O EL PAÍS cruzou esses dados com o pleito de 2012 e constatou que, quatro anos atrás, nas duas etapas foram eleitos 24 prefeitos milionários. Naquele ano, o mais rico deles era Mauro Mendes (PSB), de Cuiabá. Ele havia registrado patrimônio de 116,8 milhões de reais. Agora, o mais rico é Medioli, com 325,5 milhões de reais em bens.


Fonte: El Pais - Brasil

Nenhum comentário: