CADEIA PARA QUEM MALTRATA ANIMAIS
Conforme matéria do
bahianoticias.com.br “ A protetora de
animais e veterinária, Lílian Nunes de Amorim, registrou queixa, nesta
quarta-feira (21), na 9ª Delegacia da Boca do Rio, contra o abrigo Confraria
dos Focinhos, em Vila de Abrantes, em Camaçari, na Região Metropolitana de
Salvador. O motivo foi o "sumiço" de 21 gatos e três cadelas deixados
por ela, que é cadeirante, após compromisso de pagamento de R$ 500 mensais ao
casal que administra o sítio: Núbia Dagmar Lima dos Santos e Maurílio Barbosa
Ferreira. Inicialmente, Lílian pretendia deixar os bichos de estimação sob
cuidado da instituição por três meses, mas depois de receber mensagens que
colocaram em xeque a idoneidade do espaço, resolveu retirá-los após 45 dias.
"Como eu não podia ir a Camaçari, pela questão da locomoção, eu ficava
preocupada e sempre perguntava: 'e aí, como eles estão? Tem algum doente? Se
tiver doente, eu trago de volta. Não dê nenhum remédio. Se tiver qualquer
coisa, me fale que eu mando buscar'. E aí ela [Núbia] dizia 'não, estão ótimos.
Deixa eles aqui comigo que eles estão bem. Sempre me tirando de tempo. Aí eu
comecei a desconfiar do comportamento dela por achar que havia algo
errado", relatou Lílian, em visita à redação do Bahia Notícias, ao revelar
ter solicitado apoio de uma psicóloga para saber lidar com a situação.
"Eu pedia foto e ela
dizia que a câmera estava quebrada. Sempre dizia coisas boas deles. Chamava de
meninos, crianças. Ela ainda é sarcástica. Uma pessoa cruel. E o sofrimento da
gente que perde os nossos animais? Como é que fica? É irremediável. É muito triste",
complementou a veterinária, que chamou dois colegas de profissão para ir ao
local resgatar os animais. A ação, contudo, não obteve êxito. "Não havia
ninguém em casa, não nos deixaram entrar e, quando eu liguei, ela ficou muda no
telefone. Depois ficou nervosa e prometeu mandar fotos. Chegando lá, o marido
estava tremendo, tremendo muito mesmo, nervoso. Não havia nem sinal de gato lá.
E há muito tempo. Não tinha cheiro de gato. Nem vestígio", contou Lílian,
ao indicar que "alguma coisa grave" ocorreu. "A gente viu muitos
animais morrendo, definhando. Chegou a ver animais agonizando, na pele e no
osso, ou seja, sem alimentação adequada, em cima de sujeira, em uma condição
insalubre de sobrevivência. Não dá para a gente afirmar, mas algo sinistro
aconteceu", especulou.
O vereador eleito Marcell
Moraes (PV) – presidente do Grupo Ecológico Amigos da Onça (Geamo) – e a também
protetora de animais Gleice Santana, que acompanharam a denunciante, suspeitam
que os cães e gatos tenham sido mortos. "A gente quer saber onde estão os
animais. A gente deu queixa e vai montar uma equipe através da ONG para
descobrir o que o abrigo fez com eles. O segundo passo é entrar com uma ação
para que a polícia tenha permissão de entrar e averiguar o que aconteceu. Tem
que prender essa mulher urgentemente", defendeu o verde, que pede apuração
ainda ao Ministério Público. "A gente busca respaldo até para procurar
ossada e cadáver nas adjacências. Para saber onde estão os animais",
emendou Gleice, que relatou ter sido informada de maus tratos da Confraria dos
Focinhos nos seus aproximadamente três anos de funcionamento. Segundo ela,
entre os casos mais emblemáticos estão um cachorro que "urrava de
dor", devido ao rosto esfacelado por um abscesso que o deixou com o crânio
aparente, e o desaparecimento de cinco cães de raça um mês depois de serem
deixados pelos donos no local.
Para a protetora, o caso é de
extorsão. "Essa pessoa comprou esse sítio para ganhar dinheiro. Em que
condições, não sei te dizer. É tudo premeditado. Sabe que não vai lá olhar, o
sitio é longe, de difícil acesso. Alguém ganha de você. Cobra de má fé",
inferiu, ao criticar a falta de controle na atuação de organizações do
segmento. "A demanda é muito grande e a oferta é pouca. São instituições
que existem, são fontes de recursos para alguns e que não têm nenhum critério
legal. Não existe conselho de medicina veterinária que olhe, não existe
prefeitura com alvará que regule. Nós somos realmente muito crus",
lamentou.
Núbia Dagmar e Maurílio
Barbosa (foto acima) não foram localizados para comentar as denúncias. Logo
depois do imbróglio com Lílian, a veterinária recebeu a informação de que a
proprietária do abrigo "fugiu". O BN apurou que o blog da instituição
também foi retirado do ar. Abalada com o
transtorno, Lílian Nunes de Amorim fez um desabafo:"Há informações
de vizinhos, que não querem se identificar, que [os animais] foram mortos a
pauladas de madrugada. Deixei de comprar remédios, vitaminas que eu tenho que
tomar, porque a prioridade são os meus animais. Eu estou passando por aperto em
casa para pagar dois bandidos, um casal de estelionatários, que não têm nem
piedade da minha condição. Extorquir uma pessoa que á cadeirante é muito
grave".”
Fonte: Bahia Noticias ( WWW.bahianoticias.com.br)
Matéria reproduzida para
conhecimento público
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