sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A VIDA NOS MUNDOS INVISÍVEIS –BL Xl - ORGANIZAÇÃO

                         XIII. Organização 


deveis ter compreendido que o mundo espiritual é um vasto lugar e, com isso em mente, podereis concluir que êle possui uma organização administrativa proporcional às suas exigências. exato, mas nossas necessidades não são como as vossas. Entre vós, o mundo corrupto está em cons­tante guerra com a decadência material e a degeneração. Mas isso não acontece em nosso incorruptível mundo, onde não temos nem um nem outro. O nosso estado está bem longe da Utopia em qualidade. Mas é um estado em que o pensamento é seu elemento básico.
contei como, ao ver meu jardim espiritual pela pri­meira vez, me admirei de sua ordem e excelente conservação, e me perguntei quem seria o responsável por isso. Edwin me disse que isso quase não requeria esforço na manutenção. Queria dizer que, desde que meu desejo de ter um jardim permanecesse inalterável, e enquanto eu tivesse afeição pelas flores, gramas e árvores, o jardim responderia aos meus pensa­mentos e floresceria. Se eu desejasse alterar o arranjo dos canteiros, podia facilmente pedir a um técnico que viesse me auxiliar, o que êle faria com todo o gosto.   Isto quanto ao

jardim. Minha casa é governada pelas mesmas leis. E é assim com todos os jardins e casas daqui.
Os pensamentos reunidos de todos os habitantes do reino manterão tudo que cresce dentro dele. É quando chegamos à cidade e viajamos através de seus edifícios que essa organização se torna mais evidente.
No salão da música, por exemplo, achamos muitos estu­dantes absorvidos pelos estudos, outros em pesquisas musicais, rebuscando antigos livros, outros arranjando músicas para concertos, consultando obras e discutindo-as com os compo­sitores. Há muitos mestres, gente capaz de nos prestar toda a assistência e fornecer solução a nossos problemas.
Nominalmente o governante do reino é o reitor de todos os departamentos e as decisões maiores são tomadas por êle, mas nomeia gente competente e dá-lhe carta branca em suas decisões.
Cada departamento tem seu chefe direto, mas não se deve imaginar que é oficial, inatingível e oculto dos olhos de todos, visto apenas em ocasiões relativamente raras. É exatamente o oposto. Está sempre por ali, dando as boas--vindas a qualquer um que apareça, como aprendiz ou como mero apreciador da música.
Já contei como continuamos o nosso trabalho por um período em que desfrutamos prazer ou utilidade. No momento em que sentimos necessidade de mudar de trabalho, voltamo--nos para qualquer outro. Os trabalhadores dessas casas de estudo não são diferentes de outros nesse aspecto. De vez em quando necessitam mudança e divertimento e assim são revezados. Alguns se retiram e outros tomam seus lugares. Não precisamos temer que ao procurar um determinado espe­cialista não o encontremos. Teremos todo o auxílio que neces­sitarmos, e se for preciso consultar o que está ausente, um instantâneo pensamento responderá a nossa pergunta, ou com igual rapidez podemos visitar sua casa.
Muita gente que trabalha nesses departamentos estão aí há muitos anos. Tão devotados são a seu trabalho que, apesar de terem progredido e virtualmente pertencerem a esferas superiores, preferem permanecer onde estão. Podem afastar-se de tempo em tempo para sua própria esfera, mas voltam para retomar suas tarefas. Chegará o momento em que aban­donarão, de todo, seu cargo para residir permanentemente em sua própria esfera, e então, outros igualmente capazes to­marão seus lugares. E isto aplica-se a todos os setores. O trabalho funciona incessantemente: os trabalhadores descansam e trocam de lugar, mas o trabalho não cessa. O ritmo do trabalho pode variar, como aí na terra. Quando temos grandes celebrações e festivais, durante os quais somos hon­rados pela presença de visitantes de outras esferas superiores, acontece que grande numero de pessoas estarão presentes, e nesse tempo haverá uma apreciável diminuição das atividades.
Nas alas de descanso porém os médicos e enfermeiras estão sempre de plantão, apesar do que estiver acontecendo noutros pontos da esfera. Sua devoção ao dever é imedia­tamente premiada, porque durante as festividades os ilustres visitantes dos reinos superiores fazem visitas especiais aos sanatórios de descanso, onde cumprimentam pessoalmente cada um dos membros do pessoal.
Toda essa administração pertence ao mundo espiritual, a êle só. Há outros serviços que abrangem os dois mundos juntos, o nosso e o vosso. Tal como por exemplo a chegada ou próxima chegada de uma alma a estas paragens. A regra é que todas as almas ao chegar aqui terão seu quinhão de atenção. Depende delas quanta terão. Algumas estão tão afundadas moralmente que afastam qualquer aproximação que possa ser afetiva. Não consideraremos estas por enquanto, mas somente as destinadas à luz.
Sem antecipar o que desejo dizer a respeito da inter--relação entre o mundo terreno e o espiritual, podemos, por nossos objetivos atuais, examinar o problema da transição, que afeta grande número de pessoas aqui.
Suponhamos que vós mesmos estejais no mundo espi­ritual, e que além de saberdes a verdade sobre a comunicação com a terra, não tendes experiência dos laços existentes entre

os dois mundos. Tereis deixado, suponhamos, para trás um amigo por quem tínheis e ainda tendes uma profunda afeição, e gostaríeis de saber se êle virá residir permanentemente no mundo espiritual.
Uma vez ou outra recebestes seus pensa­mentos de afeição erguendo-se da terra, pelo que ficou visto que êle não vos esqueceu. Nunca tentastes vos comunicar com êle porque sabeis que êle não gostaria. É possível saber exatamente quando êle se reunirá ao mundo espiritual? E como? A resposta a esta pergunta revela a existência de uma das grandes organizações destas terras.
Na cidade há um imenso edifício que exerce a função de escritório de pesquisas. Aqui, uma enorme quantidade de pessoas está pronta a responder a toda sorte de perguntas que surgirem tanto dos recém-chegados, como dos moradores antigos. Ocasionalmente necessitamos uma solução para algum problema.
Podemos consultar amigos sobre o assunto, mas descobrimos que eles estão tão mal-informados quanto nós. Poderíamos, é claro, apelar a algum personagem superior e receberíamos todo o auxílio necessitado. Mas eles têm seu trabalho a fazer e hesitamos em perturbá-los. Assim, levamos nossos problemas a este grande edifício da cidade. Entre seus importantes deveres está o de guardar o registro dos recém-chegados, o que é um útil serviço e muita vantagem é conseguida por muita gente. Mais importante ainda é o de saber de antemão aqueles que virão paira cá.
A informação é sempre precisa e infalível. É coligida por meio de um complicado processo de transmissão de pensamento.



Em tempos normais na terra quando os pensamentos mantêm um nível estável, já é inestimável, mas em tempo de guerra, quando as almas aqui chegam aos milhares, as vantagens desse serviço são incalculáveis. Amigo pode en­contrar amigo e juntos podem se unir para ajudar outros.
O pressentimento dos acontecimentos terrestres, tanto nacionais como particulares, pertence a certa classe de seres espirituais, que por sua vez transmitem esse conhecimento a outros, e estes a outros ainda, e assim por diante.  Entre

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os primeiros a receber o pré-conhecimento de uma guerra estão os lares para descanso. O escritório de pesquisas tam­bém será informado.
Se estais ansiosos por saber quando o vosso amigo virá aqui morar, vosso primeiro passo será ir a esse escritório. Tudo o que há a fazer é dar o nome de vosso amigo, e pedirão que focalizeis vossa atenção sobre êle para estabelecer o necessário elo de pensamento. Quando isto foi feito, pedirão que espereis um curto espaço de tempo (pelo vosso tempo serão apenas alguns minutos). As forças necessárias serão postas em ação com espantosa rapidez, e sereis presenteado com a hora exata da chegada do vosso amigo.
A organização que existe por detrás deste serviço deverá dar uma idéia da vastidão de todo o departamento de auxílio e pesquisa. Há muitos outros. Este mesmo edifício abriga pessoas que podem fornecer respostas a inúmeras perguntas que surgem na mente dos recém-chegados. E abriga e emprega milhares de pessoas úteis e felizes. Muitos pedem para trabalhar ali, mas é necessário ter primeiro algum treino, pois que, por mais apropriados que sejam nossos atributos, exige-se conhecimento perfeito em qualquer departamento em que desejemos trabalhar.
Passemos agora ao departamento da ciência. Há inú­meras pessoas que possuem inteligência mecânica e que se­guem como profissão um dos ramos da engenharia. As oportunidades nesse campo são vastíssimas e tal trabalho é levado a efeito sob condições semelhantes a qualquer outro trabalho — sem restrição, livremente, e com as fontes inesgo­táveis e a perfeita administração do mundo espiritual a apoiá-los. Esta modalidade de trabalho atrai milhares de pessoas, jovens e velhos. Todos os grandes cientistas e enge­nheiros continuam suas investigações e pesquisas apoiados por grande número de entusiásticos auxiliares de todas as classes.
A maioria de nós, aqui, se contenta com um tipo de trabalho.   Por mais pequeno que seja esse trabalho, é-lhe

dado valor. E cada forma de trabalho tem sua organização separada, onde tudo desliza com suavidade.
Não se deve concluir daí que somos infalíveis. Isso seria uma estimativa errada, mas sabemos que quaisquer que sejam os erros, podemos ter a certeza de que os superiores virão em nosso auxílio para corrigir o erro. Nunca somos surpreendidos por ineficiência, mas os erros são considerados como boas lições para nós. Mas nem por isso seremos des­cuidados, porque temos o nosso orgulho natural no trabalho, que nos instiga a fazer sempre o melhor possível — sem erros.
Para conseguir dar uma idéia mais ou menos clara da organização administrativa do mundo espiritual, teríamos que fazer um trabalho gigantesco e muito além do meu poder descritivo, sem contar com a impossibilidade de se pôr em linguagem material o que só pode ser entendido por um habitante daqui.
Talvez um dos traços mais característicos da vida no mundo espiritual é que a organização da vida é tão perfeita que não há sombra de pressa e confusão, apesar de podermos realizar ações de natureza material com a rapidez do pensa­mento. Isto é uma segunda natureza para nós, e mal a notamos.
É uma quase bravata da terra declarar que alcançou a era da velocidade. Em comparação com a nossa rapidez de movimento, vós quase não vos moveis! Esperai até estar aqui e então sabereis o que é velocidade e o que é verdadeira eficiência e organização.
Nada existe semelhante na terra.

XIV.  Influencia do Espírito

É hábito da maioria dos homens considerar o mundo terreno e o mundo espiritual como dois planos à parte, sepa­

rados e distintos. Consideram os dois mundos como independentes um do outro, um desconhecendo o outro. Que o mundo espiritual possa ter alguma influência sobre a terra, para vantagem desta, está demonstrado ser falso, pelo estado de completa desordem que existe pelo mundo inteiro. 

outra corrente de pensamento integrada por aqueles que fizeram um estudo superficial do que chamam Ocul­tismo. Essas pessoas acreditam que, sendo a terra muito terrena, e o mundo espiritual muito elevado, os dois mundos estão automaticamente impedidos de fazerem intercomu-nicação.
Ambas as idéias são indubitavelmente erradas. Os dois mundos estão em constante e direta comunicação e estamos bem ao par do que está ocorrendo na terra em todos os tempos. Nem por um minuto digo que todos nós sabemos do que se está passando aí. Alguns dentre nós estão em co­municação com a terra porque ligados aos seus negócios parti­culares. Enquanto o restante, que não tem mais interesse na terra desde que a deixou, fica ignorante de muitas coisas a ela ligadas. Os sábios dos reinos superiores estão de posse de todo o conhecimento que transpira a respeito da terra.
Gostaria de indicar um ou dois canais através dos quais a influência do espírito é exercida sobre a terra.
Primeiro, tomemos essa influência de uma maneira pessoal.
A toda alma que nasceu ou está para nascer sobre a terra, foi concedido um guia espiritual. Em eras passadas algo dessa idéia deve ter passado pela mente dos antigos homens da igreja, visto que adotaram a idéia piedosa de darem a cada pessoa um anjo da guarda.
Os anjos se introduziram na arte contemporânea, onde artistas os desenham como personagens vestidos de roupas alvas e suportando nos ombros um par de enormes asas. Essa concepção sugere uma grande separação entre o anjo da guarda e a alma que êle deve guardar. O primeiro não poderia, por assim dizer, aproximar-se demais do protegido,

por causa da sua extrema espiritualidade e da repulsiva grosseria do homem terreno.
Deixemos esta ficção do cérebro do artista e passemos a algo mais prático.
Os guias do espírito constituem uma das principais ordens em toda a organização e administração do mundo espiritual. Eles habitam um reino particular e lá vivem há séculos. São escolhidos entre todas as nacionalidades; muitos entre os orientais e entre os índios norte-americanos também, visto que é comum esses povos serem dotados de poderes psí­quicos.
O guia principal é escolhido, para cada indivíduo na terra, de conformidade com um plano fixo. A maioria dos guias são semelhantes em temperamento a seus protegidos, mas o que é mais importante é que aqueles compreendem e desculpam as fraquezas de seus protegidos. Muitos, na verdade, tiveram-nas quando encarnados, e por isso podem ajudá-los mais a lutar contra as mesmas.
Grande número dos que praticam a comunicação com o mundo espiritual já encontraram seus guias espirituais. Grande parte dos guias espirituais fazem seu trabalho sem que os protegidos estejam a par, o que torna sua tarefa mais pesada e difícil. Mas ainda há outros cuja vida sobre a terra toma praticamente impossível a seus guias aproximarem-se. Entris­tece-os naturalmente vê-los fazer tolices e erros, e, devido ao espesso muro de impenetrável materialismo que constroem ao seu redor, esses guias são obrigados a ficar afastados. Tais almas, quando chegam ao mundo espiritual, despertam para a realização do que perderam durante suas vidas. Em tais casos o trabalho do guia não será inteiramente vão, porque mesmo nas piores almas há uma ocasião, embora transitória, quando a consciência fala, e é usualmente o guia espiritual que implanta os melhores pensamentos dentro do cérebro.
Nem por um momento se deve pensar que a influência
do guia viola a expressão da livre vontade. Se, sobre a terra, vedes alguém dar um passo em falso no meio do trânsito,

o fato de que estendestes a mão para impedi-lo não significa que lhe impusestes vossa vontade. Um guia espiritual tentará dar conselhos quando estes podem chegar até seu protegido; tentará guiá-lo na direção certa, unicamente para seu próprio bem, e compete ao protegido aceitar ou rejeitá-la. Se rejei­tá-la, só pode culpar a si mesmo dos desastres ou aborre­cimentos que venham a sobrecarregá-lo. Ao mesmo tempo, o guia espiritual não existe para viver a vida do seu encarregado. Este mesmo precisa fazê-lo.
Tornou-se um hábito entre certa classe de pessoas da terra ridicularizaria instituição dos guias espirituais. Virá o tempo em que eles amargamente lamentarão sua loucura, esse dia será aquele em que encontrarão o seu guia, que sabe muito mais a respeito da vida. Nós, do mundo espiritual podemos ignorar tais caçoadas, porque sabemos que chegará o dia inevitavelmente em que eles virão para cá, e grande será o remorso — e em muitos casos as lamentações — da­queles que em suas supostas sabedor ias foram tão tolos.
À parte os guias espirituais, há outra prolífica fonte de influências que deriva do mundo espiritual. Já disse, por exemplo, como as mãos terrenas dos médicos podem ser guiadas, ao realizar uma operação, pelas mãos espirituais. Em muitos outros planos da vida a inspiração é levada dessa maneira. O homem encarnado pouco pode fazer de per si, e êle é o primeiro a compreendê-lo quando vem morar aqui. O homem pode realizar certas ações mecânicas com precisão, pode pintar um quadro, pode tocar um instrumento, pode manejar máquinas, mas todas as maiores descobertas são obras do mundo espiritual. Se o homem, usando a livre vontade, pretende pôr suas invenções a serviço de maus fins, então pode receber o crédito das calamidades que se seguirão. A inspiração devotada a boas causas vem do mundo do espírito, e de nenhum outro lugar. Se for para o bem da Humanidade a fonte é igualmente boa, se a inspiração não vem para bem dela, então sua fonte é indubitavelmente ruim. O homem tem em suas mãos a escolha da fonte em que beberá — boa ou má.

Estareis lembrados de como contei que uma pessoa é exatamente a mesma do ponto de vista espiritual imediata­mente depois da morte. Nenhuma mudança instantânea se dará para transformar uma existência terrena de má em boa.
Uma igreja ortodoxa é de opinião que aqueles que voltam ao plano terrestre e fazem sua presença notada, são demônios! É pena que a igreja seja tão cega, pois pode se dizer que estão tentando — sem resultado — abafar as forças do bem, enquanto ignoram as forças do mal. Se encorajassem as boas forças a virem a eles, breve as forças do mal se poriam em fuga. As igrejas, sejam elas quais forem, sofrem de infinita ignorância. Através das eras, até o presente, continuaram seu cego caminho, ignorantes, disseminando fantásticos ensi­namentos em lugar da verdade, e abrindo caminho, por meio da ignorância, para as forças do mal operarem.
Um ministro da igreja realiza serviços e missas prescritas pela sua crença e abafa toda inspiração, agarrando-se a dogmas e credos inteiramente falsos. Se fosse interrogado a respeito do assunto responderia que crê na inspiração. No final das contas êle acharia menos trabalhoso pedir empres­tado as idéias religiosas de qualquer outra pessoa encarnada e confiar em sua própria esperteza para qualquer idéia original. Mas sugerir que o mundo espiritual não tenha qualquer influência, a não ser perniciosa, sobre o mundo terreno, seria totalmente contra seus princípios.
É um estranho hábito que têm os terrenos de crer que são sempre as forças do mal que tentam influenciar o mundo. Às forças do mal são atribuídos poderes negados às do bem. Por quê? E por que têm as igrejas medo mortal de mexer com os espíritos como advertem em qualquer livro que reco­mendam? Eles ignoram, e apontam um dedo de censura para a suposta mulher de Endor.
O mundo espiritual trabalha constantemente para fazer sua presença, força e poder sentidos no mundo inteiro, não só a respeito de questões pessoais, mas para o bem de nações e da política internacional.   Mas tão pouco se pode fazer, porque em geral a porta está fechada aos mais altos seres do mundo espiritual, cujo alcance de visão e cuja sabedoria, compreensão e conhecimento, são vastos. Pensei nos males que podiam ser varridos da face da terra sob a orientação imensamente apta de sábios professores do mundo espiritual. É possível dizer que não há problema sobre a terra que não possa ser solvido pela ajuda, conselho, e experiência dos seres que acabei de mencionar. Mas isso envolveria uma coisa — uma implícita adesão a tudo que aconselhassem ou advogassem. Muitos líderes, seja nos negócios do governo de nações, seja em idéias religiosas, que já estão no mundo espiritual, enchem-se de pena quando olham para trás, para as oportunidades desperdiçadas de fazer mudanças radicais para a melhoria de seus compatriotas. Confessarão que tinham em mente a idéia — não sabendo ainda que ela havia sido semeada pelo guia espiritual — mas que tinham permitido ser demovidas de suas boas intenções. Essas almas lamentam o estado a que se degradou a Humanidade. Esta, na verdade, permitiu às forças do mal que ditassem ordens. Mas tais forças, tão queridas pelas igrejas, têm aparecido de direções diferentes daquelas que as igrejas alegam como suas origens. Os homens que praticam a comunhão conosco, a sério, e que gozam de felizes encontros com os mestres e amigos das esfe­ras superiores são acusados de lidar com o demônio. Isso é tolice. Os verdadeiros diabos estão muitos ocupados em outros lugares, em lugares onde podem produzir melhores resultados.
Direis que minha opinião é pessimista, que realmente, no final das contas, o mundo não é tão mau como o descrevo. É verdade, mas só porque conseguimos enviar à terra uma ou duas de nossas idéias e preceitos. Mas pode-se dizer que a despeito da desordem universal, se retirássemos toda a nossa influência, a terra ficaria em pouco tempo reduzida a um completo estado de caos e barbarismo. A razão é que o homem julga que pode caminhar muito bem sem nós. Tem o convencimento de imaginar que não requer ajuda de qual­quer fonte.  Quanto àquela do mundo espiritual, nem é bom

pensar. Se um tal lugar como o mundo espiritual, é bom começar a pensar nele quando alguém chegar aqui. Por enquanto, os homens são tão superiores que sabem tudo, e podem cuidar de seus negócios perfeitamente, sem a ajuda das sombras do mundo espiritual. E quando chegam a um lugar que antes desprezaram, vêem sua própria pequenez e a do mundo que deixaram. Mas por pequeno que seja o mundo, o homem ainda necessita ajuda para conduzir seus problemas e essa é outra descoberta que faz ao chegar aqui.
O mundo terreno é lindo e a vida nele podia ser bela, mas o homem se interpõe e impede que isso se dê. O mundo espiritual é infinitamente mais belo. Já tentei dar-vos uma idéia dele. Mas vosso mundo nos parece escuro e tentamos dar-vos um pouco de luz. Tentamos fazer nossa presença conhecida, nossa influência sentida. Nossa influência é grande, mas ainda tem que ser aumentada. Quando isso acontecer, vereis como pode ser a vida na terra.        
Mas até lá, ainda falta muito e muito.

Continua no próximo Bloco -Os Reinos Superiores


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